A tecnologia Optimus, que a nVidia está lançando oficialmente nesta terça-feira (9/2), promete mudar de forma radical o modo como os usuário de computadores portáteis irão usar placas gráficas (GPU) discretas – ou seja, aquelas que não estão integradas à placa-mãe.
Isso por que o Optimus oferece um modo diferente de utilizar a GPU. Em vez de exigir qualquer ação do usuário para que a placa gráfica possa ser utilizada, seja por meio de chaveamento físico (método introduzido em 2006 e apresentado inicialmente em no notebook SZ-100B, da Sony) que exigia da boot da máquina para funcionar, ou por uso de software (tecnologia apresentada em 2008), a tecnologia agora liga e desliga o componente sem qualquer intervenção humana e tão somente quando os recursos do componentes são necessários.
Não, você não leu errado: a placa gráfica fica fisicamente desligada (sem fornecimento de energia elétrica) quando não está em uso, e é acionada sempre que a aplicação solicitar, com um tempo de latência mínimo.
No final de janeiro, a fabricante de placas gráficas reuniu um seleto grupo de jornalistas especializados em Santa Clara (Califórnia/EUA), para mostrar como a tecnologia Optimus, chamada por ela de 3ª geração, funciona e os motivos que levaram a nVidia a investir nela.
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Números da Endpoint Technologies Associates indicam que apenas 1% dos usuários de computadores portáteis equipados com placas gráficas discretas utiliza o componente no dia a dia. “A ideia de um sistema que possa alternar entre usar ou não a GPU é bom na teoria. Mas o procedimento é chato e complexo. Não raro, alguns usuários questionam o baixo desempenho gráfico do equipamento quando na realidade ignoram o fato de a GPU nem estar ativa”, diz o presidente da empresa de pesquisas, Roger Kay.
Mesmo tendo evitado a necessidade de reiniciar o notebook, a segunda geração (a que aciona a GPU por meio de software) tem limitações. Além de necessitar intervenção do usuário (resquício da 1ª geração de GPUs discretas), os aplicativos precisavam ser encerrados, há uma espera de cerca de dez segundos para o componente entrar em funcionamento e a tela é momentaneamente desligada [flicker], o que dá a impressão para muitos que há algo de errado com o sistema.
Sem contar que o usuário deve optar pela autonomia da bateria (caso esteja desconectado de uma fonte de alimentação) ou pelo desempenho, já que sabidamente as placas gráficas são devoradoras de bateria.
E este é o pulo do gato da solução da nVidia, que simplificou todo o processo. “Na realidade, esta proposta existia desde que apresentamos a segunda geração de placas gráficas, mas havia inúmeras barreiras técnicas que precisavam ser eliminadas, tanto no aspecto de desenvolvimento de hardware quando de software”, explica o gerente geral da unidade de negócios GeForce e Ion da nVidia, Drew Henry.
As duas gerações anteriores necessitavam de componentes de hardware adicional (muxes) para combinar as funcionalidades da motherboard e da placa gráfica integrada com as de uma GPU discreta. A tecnologia Optimus acabou com essa necessidade (veja diagrama abaixo).
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O sistema determina, automaticamente, que componente será usado. Para aplicações básicas, como aplicativos de escritório, navegação web, o processamento é feito por meio da capacidade gráfica integrada e a GPU fica fisicamente desligada. Já aplicações de exigem mais processamento gráfico como jogos, reprodução de vídeos de alta definição e computação gráfica, o processamento de dá pela GPU discreta.
Na demonstração feita pela nVidia, um equipamento de destes mostrava – por meio de leds , quando a GPU estava ou não sendo utilizada. Ao acionar um game, os leds se acenderam, indicando a solicitação da placa gráfica discreta e não ocorre flicker. Quando o jogo foi fechado, os leds se apagaram e a GPU foi removida do sistema, com o equipamento ligado, e sem que o sistema operacional apresentasse qualquer problema (nota do editor: a nVidia não permitiu que o sistema de testes fosse filmado ou fotografado).
A Optimus, por equanto, não oferece qualquer melhoria de desempenho ou redução no consumo de energia. De acordo com o diretor de engenharia da plataforma da nVidia, Sridhar Pursai, todo o trabalho teve como objetivo proporcinar uma melhor maneira de se usar GPUs discretas em portáteis. "Mas em breve podemos ver melhorias nesses dois importantes componentes", diz.
O funcionamento da Optimus requer a validação por parte dos aplicativos e funciona de modo similar ao que a Microsoft fez com os drivers para o Windows 7. Os desenvolvedores precisam qualificar e validar as aplicações e essas informações são armazenadas em um banco de dados online que é atualizado frequentemente. Dessa maneira, o Optimus é capaz de identificar quando um determinado software deve utilizar a GPU. “Vimos trabalhando com inúmeros desenvolvedores para assegurar compatibilidade dos aplicativos com a tecnologia Optimus e esse trabalho não vai parar”, assegura o diretor de software para GPUs da nVidia, Sasha Ostojic.
Compatibilidade
A plataforma Optimus é suportada pelos processadores Intel Arandele (Core i3, i5 e i7), Penryn (Core 2 Duo) e Pine Trail (Atom N4xx) e aceita as GPUs GeForce M Next-gen, GeForce 300M, 200M e Next-gen ION.
O primeiro notebook a trazer a tecnologia Optimus chega ao mercado pela Asus no modelo ULV50Vf (testado com exclusividade pela PC World) e custa 850 dolares nos Estados Unidos. A Asus deve lançar ainda este ano mais quatro modelos de notebooks com Optimus (N82Jv; U30Jc; N71Jv; e N61Jv).
Segundo a nVidia, até junho de 2010, mais de 50 modelos de notebooks chegam ao mercado equipados com a tecnologia Optimus. A empresa não comentou se a tecnologia estará disponível para os processadores AMD.
fonte:
PCWORLD